top of page

Daisy Jones and The Six - Podemos estragar uma coisa boa?

Lu Days e Fran Borges


Embora Daisy Jones e Billy Dunne cantem que podem estragar coisas boas, isso não é uma realidade para a adaptação audiovisual do livro Daisy Jones and The Six, da autora Taylor Jenkins Reid.

A série que foi produzida pela Hello Sunshine, de Reese Whiterspoon e distribuída pela Amazon Prime Video tem 10 episódios arrasadores que contam a história (fictícia) do álbum Aurora e todo o sucesso que ele rendeu aos músicos da banda de rock.


Ambientada nos anos 1970, a série leva para outro lado todo o registro que temos da temática hollywoodiana sobre sexo, drogas e rock’n’roll. O que para mim, Lu, foi a parte mais forte do roteiro. As intrigas, as relações e, principalmente, a produção do álbum me encheu os olhos. Uma série que fala sobre os artistas sim, mas também sobre a arte de fazer música.


Como eu já tinha lido o livro (em 2020) e estava a espera da série desde então. Com expectativas para a apresentação dos personagens e apreensiva sobre como o roteiro desenrolaria a falta de glamour da história, eu acabei sendo presenteada pelo que eu mais amei na história. O álbum Aurora real oficial. Inclusive se alguém quiser me dar o vinil do Aurora (que é igual ao descrito no livro) meu aniversário está bem próximo. Além de ter um dos meus atores preferidos como protagonista, o Sam Claflin.

De modo geral, acho que a série teve um desenvolvimento muito bom e muito fiel ao livro. O plot twist e cenas importantes continuaram com a mesma pegada. E a coisa mais impressionante é que meu personagem preferido do livro também é meu personagem preferido da série. O Warren do livro é o baterista fanfarrão que só solta asneiras, mas conhece todas as tretas (algumas, talvez, inventadas) e por isso movimenta muito a história.


No livro, além da postura tranquilona, Warren é responsável por uma das cenas mais incríveis do último episódio. A conversa que ele tem com Eddie, o baixista insatisfeito (com razão, na maioria das vezes) é sensacional e dá um ar de motivação, mesmo sem querer. A mensagem é clara. Não se apegue aos seus delírios quando seus sonhos se realizarem.


Trabalhe duro pelos seus objetivos, mas quando você chegar lá não se fixe só no que não é exatamente do jeito que você idealizou, use isso para melhorar ainda mais, transforme a insatisfação no próximo objetivo.

Enfim, essa é uma história em que ninguém presta e eu amo isso. Eu amei a série, acho que ela está linda. Os atores/músicos estão muito bem em cena. Minhas ressalvas vêm do roteiro, e eu explico. Por ser voltado ao público geral norte americano que não leu o livro, a série precisa deixar muitas coisas claras pendendo várias vezes para o clichê. No livro, que é em formato de entrevista, nada fica claro, pois são apenas as palavras dos integrantes da banda. Tudo fica nas entrelinhas, se é verdade ou mentira.


Oi, Fran aqui, eu concordo com a Lu na maioria das coisas boas e também na ruim. O fato do roteiro ter que deixar tudo muito explicadinho para tratar o público norte americano como estúpido fez com que a série me perdesse um pouco, principalmente no episódio final. Tem uma cena do Billy que parece comédia romântica. Não me levem a mal, eu adoro comédia romântica, mas Daisy Jones não é uma delas.


O que mais se destaca pra mim na série são as músicas, a trajetória das mulheres e Riley Keough como Daisy Jones.

Tendo lindo o livro, assim como a maioria, eu terminei querendo ouvir aquelas músicas e acreditando que aquela banda existia de verdade. Então foi uma alegria poder ouvir esse disco e ele com certeza vai entrar na minha retrospectiva do spotify como um dos mais ouvidos.


Como a Hello sunshine tem o objetivo de produzir histórias sobre mulheres, não foi surpresa o grande foco que cada uma das mulheres da série teve. Cada uma com uma jornada diferente, problemas diferentes, mas que conseguiam se apoiar entre si, mesmo com animosidades entre elas. Uma das coisas que mais gostei foi a inclusão da trajetória da Simone. No livro ela bem coadjuvante como a melhor amiga da Daisy, aqui ela traz sua própria história.


Por fim, Riley Keough. Todo o elenco merece aplausos, a química entre eles é incrível, eles são uma banda. Mas Riley se destaca pra mim, ela fez com que eu sentisse o mesmo que o livro, que aquela era uma personagem real.

A intensidade dela, o quanto ela está quebrada e como a música, a arte é onde expressa tudo isso. A química dela com toda a banda e com Sam e o quanto ela se entrega em cada performance. Meu episódio favorito é o 8 e ela brilha como uma estrela.


Ao contrário de muitos, Daisy é a minha personagem favorita, tanto no livro quanto na série. Com todas as sua qualidades e seus inúmeros defeitos, ela sempre foi muito real pra mim e eu consegui me conectar com ela, mesmo quando queria bater nela, em seguida eu já a abraçava novamente. E o que mais me faz gostar da Daisy é que no final, depois de muita porrada, ela entende que a âncora que ela precisa é ela mesma.


Daisy Jones and The Six, livro e série, se tornaram obras complementares pra mim. Algumas coisas gosto mais na série, outras no livro, ainda que, devo confessar, continuo achando a Taylor Jenkins Reid mais Rock and Roll.




 








Comentarios


bottom of page